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Soco no estômago

março 26, 2010
Tive a chance de ter um pouco do pior da África esfregado na minha cara logo na primeira hora em que estive aqui.
Quando fui fazer o check in para o meu voo para Inhambane, viram que eu estava com excesso de bagagem (o máximo era 20 kg e eu estava com 63 kg, hahaha!) Eu fiz como sempre faço no Brasil: expliquei que ia ficar muito tempo por aqui e pedi com jeitinho para ver se ficavam com pena de mim e diminuíam o valor da cobrança que era de ZAR2,400, mais ou menos USD300.
Achei estranho quando o cara perguntou: quanto você quer pagar? Eu disse: o mínimo possível! Se der para não pagar nada… Ele me olhou com uma cara de “não brinca comigo menina”. Eu disse: Maybe one thousand? Ele foi lá, fez uns cálculos, olhou para mim, coçou o queixo e disse: okay, I will charge you for 20 kg only, but what do I get with that? Eu já tinha percebido que isso estava vindo, mas tinha decidido não pagar nenhum suborno. Aliás, não sei se vou conseguir, mas a minha intenção por aqui é não pagar nenhum suborno, para ninguém, nunca. Não posso vir para cá tentar ajudar e acabar contriuindo para uma das maiores mazelas do lugar… Disse que não tinha como dar nada para ele porque só tinha cartão de crédito. Ele acabou aceitando com mau gosto. Ufa! Flavia 1 x 0 Corrupção!!
Também pude experimentar de primeira mão a desorganização de Moçambique mesmo antes de pisar no país. Mudaram o meu vôo para Inhambane.  Era para ser um vôo direto, chegando ao meio dia. Agora eu ia ter duas escalas e só chegaria em Inhambane às 16h, depois de 3 vôos sem ar condicionado pela LAM (Linhas Aéreas Moçambique) – ê lasquera!
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